A ordenha é o ato de realizar a extração do leite da glândula mamária, ela pode ser feita de forma manual quando realizada pelo ordenhador, mecânica quando for utilizada ordenhadeira ou então natural quando é realizada pelo bezerro no caso da amamentação.
A ordenha das vacas deve ser realizada da forma higiênica, visando a obtenção de uma matéria-prima de alta qualidade para a produção de queijos, iogurte, leite UHT, manteiga, entre outros, com elevado valor nutricional.
Linha de Ordenha: saiba como organizar e quais os benefícios dessa estratégia
A linha de ordenha consiste basicamente em uma estratégia de ordenha do rebanho em que as vacas doentes não contaminam as vacas sadias.
Essa técnica é importante para evitar o contágio entre os animais doentes e os sadios, não aumentando o nível de contaminação do rebanho.
Segundo o manual “Boas Práticas de Manejo da Ordenha”, publicado pela Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino e Extensão da Universidade do Estado de São Paulo (Funep/Unesp), a formação da linha de ordenha geralmente é definida de acordo com a análise de CCS (Contagem de células somáticas) do rebanho.
Tanto na ordenha manual quanto na mecânica, os animais devem ser organizados de acordo com o estado de saúde do úbere, colocando as sadias primeiro e depois as doentes. Essa estratégia reduz a transmissão de doenças, taxa de novas infecções e mastite no rebanho.
No manual, a Funep apresenta o seguinte esquema de disposição do rebanho, visando evitar a transmissão da mastite contagiosa no momento da ordenha.
Mastite contagiosa: 5 Cuidados no momento da ordenha:
- Vacas primíparas (de primeira cria), sem mastite;
- Vacas pluríparas que nunca tiveram mastite;
- Vacas que já tiveram mastite, mas que foram curadas;
- Vacas com mastite subclínica;
- Vacas com mastite clínica.
O leite de gado que possui mastite clínica deve ser armazenado em um recipiente separado e depois descartado, já que não é viável para o consumo, não tem qualidade e pode contaminar o líquido ordenhado das outras vacas. Na ordenha mecânica, é necessário higienizar as teteiras manualmente entre os animais infectados para evitar a exposição aos microrganismos.
Outro ponto importante ao organizar a linha de ordenha é se atentar ao bem-estar e individualidade dos animais. O manual indica que o produtor não misture vacas que não são companheiras na mesma bateria de ordenha.
Para evitar enganos e o processo seja ainda mais organizado, o produtor pode marcar o gado com fitas de cores distintas para identificar a qual grupo da linha de ordenha eles pertencem.
Linha de Ordenha x Ordenha Tradicional
A estratégia de organizar o gado em linha de ordenha traz diversos benefícios à produção. Como já falamos aqui, usar esse método evita o contágio do gado por mastite, já que separa os animais em grupos pré-definidos de acordo com a presença ou não da doença.
Essa decisão tem como efeito o impedimento da contaminação de outros animais, o que gera uma economia ao produtor, já que, além de auxiliar a diminuir os gastos com o tratamento da doença, diminui o descarte do leite impróprio para consumo, em função da mastite clínica ou em função do período de carência.
Essa é a grande diferença entre a linha de ordenha e a ordenha tradicional. No método convencional, os animais não são organizados em grupos antes da ordenha começar, o que pode prejudicar a saúde do gado. Se apenas uma vaca estiver contaminada, há um grande risco de infectar as outras.
Como a tecnologia auxilia na linha de ordenha?
A tecnologia é uma aliada em diversas áreas da fazenda. Além do maquinário ideal para a ordenha, aplicativos e softwares têm auxiliado cada vez mais produtores no gerenciamento do seu rebanho.
O uso desses sistemas facilita a organização das práticas rotineiras da propriedade. Isso porque analisar os dados e informações obtidas através deles oferecem caminhos para solucionar problemas, melhorar a saúde do gado e a qualidade do leite.
Visando acompanhar dados relevantes para a produção de leite, diferentes tecnologias têm sido desenvolvidas para otimizar tempo, aumentar a produtividade e permitir a observação da saúde dos animais que compõem o rebanho.
Diversas atividades operacionais e gerenciais podem ser acompanhadas em tempo real pelo produtor, o que facilita decisões futuras. Um exemplo é que o uso de aplicativos que monitoram o gado com dados de saúde auxiliam na organização da linha de ordenha.
O Sistema Mais Leite oferece ferramentas para organização de uma linha de ordenha adequada para a fazenda, status do animal, histórico de mastite e registro dos resultados do teste da caneca de fundo preto e CMT (California Mastitis Test).
Ao fazer uma gestão eficiente e inteligente, o resultado é a diminuição da taxa de contágio por doenças como mastite e melhora na qualidade do leite. Para auxiliar nesta melhoria podemos contar com dois indicadores, a Contagem de Células Somáticas (CCS) e a Contagem Bacteriana Total (CBT). A indicação eletrônica da CCS é o exame mais indicado para o diagnóstico da mastite subclínica. Já o CBT é o teste utilizado para avaliar a qualidade microbiológica do leite.
No Sistema Mais Leite, essas informações são apresentadas de forma clara para que o produtor consiga identificar possíveis alterações rapidamente. Veja abaixo como acompanhar as taxas de CBT e CCS pelo software:
Exemplo 1 de taxas CCS e CBT.
Exemplo 2 de taxas CCS e CBT
Como os dados são de fácil acesso, basta uma rápida análise para verificar que as vacas do rebanho acompanhadas pelo quadro 2 possuem glândulas mamárias mais saudáveis. A mastite eleva o nível de CCS, então como há um nível menor da Contagem de Células Somáticas comparado ao quadro 1, o gado está mais sadio.
Também é evidente a melhor qualidade do leite analisado no quadro 2. Isso porque quanto maior a taxa de CBT, pior o nível do líquido. No segundo exemplo, a taxa é mais baixa do que no quadro 1, ou seja, o leite é melhor.
Gestão inteligente facilita o controle sanitário
Como dito acima, o Sistema Mais Leite oferece a função “Controle Sanitário”, no qual é possível acompanhar individualmente a evolução da CCS de cada animal.
Para garantir a qualidade, o acompanhamento também pode ser conciliado com o Calendário de Atividades. Este item informa aos produtores sobre tarefas diárias, como manejos sanitários de vacas específicas ou sobre período de carência.
Essa informação auxilia na definição da presença ou não do animal na linha de ordenha. Caso o animal esteja em período de carência após a aplicação de medicamento, o Calendário de Atividades alerta o produtor quais animais não devem ter a produção aproveitada. Os alertas chegam ao produtor diariamente na tela do celular:
O produtor recebe alertas sobre os manejos, aplicação de medicamentos e das principais etapas do tratamento até sua conclusão.
3 Benefícios de uma Linha de Ordenha bem feita
A linha de ordenha é uma estratégia com diversos benefícios para o rebanho e para a produção. Ao aplicar as separações que apontamos acima, se atentar para a higiene do maquinário e aliar a tecnologia a sua fazenda, o produtor conquista diversas vantagens.
Abaixo, separamos três benefícios da linha de ordenha:
1 – Impede a contaminação do rebanho leiteiro por doenças: Por separar os animais em grupos e iniciar a ordenha pelas vacas sadias, a infecção por mastite e outras doenças é evitada. Assim, o rebanho permanece saudável e com baixo risco de contágio e recontágio;
2 – Melhora o controle da qualidade do leite: Além de impedir a contaminação, a organização das vacas para a ordenha também auxilia no acompanhamento da qualidade do produto;
3 – Reduz custos de produção: a tecnologia e novas estratégias que são utilizadas na ordenha atingem o investimento financeiro, reduzindo os custos da produção.
Tenha mais resultado na produção leiteira
O Sistema Mais Leite também possibilita o gerenciamento de vários indicadores, como eficiência reprodutiva do rebanho, inseminações, partos, entre outros.
De forma completa, o sistema ainda permite a gestão financeira de todas as atividades desempenhadas na propriedade e emite alertas sobre atividades importantes.
Outra característica importante do Mais Leite é a flexibilidade, já que o produtor pode acessá-lo por computador ou smartphone, com funcionalidades on-line e também off-line, caso o produtor esteja sem internet.
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