Quando o produtor de leite tem um olhar mais profissional sobre a atividade leiteira é natural que ele consiga enxergar onde há falhas na produção, pois ele tem uma visão geral e ao mesmo tempo aprofundada de todos os processos. E um dos sinais de alerta de que algo não está indo bem é quando o rebanho não consegue responder à necessidade de aumento da produtividade de leite.
Esse é um problema que nenhum criador de vacas leiteiras quer enfrentar. E a genética do rebanho pode ser uma das principais causas.
Para produzir mais leite de qualidade, os animais precisam ter uma boa genética associada a um manejo adequado.
A boa notícia é que hoje tudo isso é possível, por meio do investimento em melhoramento genético em bovinos de leite.
Um animal, que não tem predisposição em ser altamente produtivo, não terá essa condição mudada apenas com a alimentação adequada. Se focar somente nisso, esse trabalho será em vão e o investimento será desperdiçado.
O melhoramento genético do gado na produção leiteira impacta diretamente na produtividade do animal. Quando o rebanho é melhorado geneticamente, tornar-se mais eficiente, produzindo mais com os mesmos custos de antes. Assim, há um aumento da quantidade de leite, gerando mais lucro.
Essa técnica também é um meio fundamental para que o rebanho seja mais adaptável às condições oferecidas pela propriedade e ao sistema de produção adotado pelo pecuarista.
Bovinos de leite e doenças genéticas
O melhoramento genético em bovinos de leite também oferece ao produtor a oportunidade de observar as doenças genéticas dos animais e evitar que isso seja passado para novas gerações, impedindo progresso da atividade leiteira na propriedade.
Por isso vale a pena investir no melhoramento genético para a bovinocultura de leite.
Segundo o geneticista da DNA Genética do Brasil, Celso Barbiero, o produtor de leite compreendeu a necessidade de implementar o melhoramento genético no rebanho, pois vale muito a pena investir, tendo em vista o retorno positivo que esse processo traz pra a propriedade. “Ele percebeu o quanto é importante saber qual animal ele vai usar para aprimorar as novas gerações do rebanho. Ele está compreendendo porque o touro A é melhor que o touro B. De alguns anos para cá isso vem tornando realidade em todo o Brasil. O produtor precisa entender que é o responsável pelo melhoramento genético do seu rebanho”, afirma.
O que é melhoramento genético em bovinos de leite?
Antes de seguir com a leitura do texto veja no vídeo o que o geneticista Celso Barbiero nos respondeu sobre este tema.
Antes de falar sobre como investir no melhoramento genético é importante entender o que é melhoramento genético.
O melhoramento genético em bovinos de leite é uma forma de selecionar características dos animais mais eficientes para serem mantidas no rebanho de uma propriedade. O objetivo é que os descendentes tenham mais chances de contar com os mesmos atributos economicamente rentáveis ao produtor.
De forma mais aprofundada, o geneticista da DNA Genética do Brasil, Celso Barbiero explica que o melhoramento nada mais é do que o produtor observar o animal por meio do qual o criador interessa proceder com a geração seguinte, buscando que esse próximo animal seja superior nas qualidades necessárias, que também são conhecidas como características econômicas. “Então buscamos uma produção maior de leite, de sólidos e uma saúde superior aos seus ancestrais. Isso na prática seria buscar um animal que tenha mais capacidade de produzir com melhor qualidade, mais saúde e melhor bem-estar que seus ancestrais”, ressalta.
O objetivo geral do melhoramento genético, em linhas gerais, seria então aumentar a rentabilidade do criador, na busca das melhorias das características de interesses econômicos, fazendo com que o produtor de leite permaneça na atividade.
Qual o custo para iniciar o melhoramento genético nas vacas?
Veja no vídeo a resposta do geneticista Celso Barbiero, da DNA Genética do Brasil.
Primeiros passos para genético em bovinos
Antes de iniciar o processo de melhoramento genético, é importante que os aspectos a serem considerados partam de uma análise do objetivo do produtor com base no rebanho da propriedade.
Por isso, se o produtor não entende de melhoramento genético, é importante que ele tenha uma assessoria de um profissional da área para auxiliá-lo. Além disso, se ele deseja manter esse processo na propriedade, faz-se necessário que ele ou alguém da família, ou algum dos empregados da fazenda saiba realizar os procedimentos de inseminação artificial.
Fazer um curso sobre inseminação artificial auxilia o criador a entender como o método é realizado. A partir disso, ele terá uma maior compreensão técnica para saber se o procedimento está sendo feito de maneira correta para depois entrar realmente no processo de melhoramento genético.
“O produtor precisa ter uma afinidade e ser o processo mecânico da propriedade para depois focar no entendimento na qualidade dos animais, nas provas de touro, de como uma vaca deve se comportar em nível linear nas características de produção, saúde e alimentação”, destaca o geneticista Celso Barbiero.
O segundo passo é partir para as características necessárias, que devem ser selecionadas antes mesmo de escolher quais serão os animais que participarão do processo de melhoramento genético.
Segundo Barbiero, é necessário identificar quais são as características prioritárias que estão deficientes no rebanho. “Precisamos saber quais são as deficiências dos animais ancestrais. Uma vaca que tem uma boa produção de leite, por exemplo, e não tem uma boa suspensão ou ligamento de útero, faremos com que ela fique menos tempo no rebanho e tenha uma vida produtiva mais curta”.
Para isso, é feita a incorporação de genes que têm qualidades desejáveis para o rebanho de leite e a remoção dos genes considerados prejudiciais.
Critério de seleção de reprodutores – Touro e vacas
Logo no começo do processo, utiliza-se um critério de seleção, em que os reprodutores com melhores genes, tanto fêmeas quanto machos, são escolhidos para serem os pais da próxima geração.
Em geral, o macho é o animal que apresenta a genética mais desenvolvida na bovinocultura de leite. Isso porque, na maioria dos casos, as características transmitidas aos descendentes são provenientes do touro.
Depois disso, vem o passo de realizar o cruzamento dos animais, que pode ser feita tanto por monta natural pré-selecionada quanto por inseminação artificial, com sêmen do touro escolhido para transmitir suas características.
Saiba mais em: Inseminação de bovinos: principais técnicas e cuidados
Custos de inseminação artificial em bovinos de leite
Segundo Celso Barbiero, o custo inicial para o processo de melhoramento genético fica em torno de R$ 5.000,00. “Hoje o produtor consegue fazer um curso de inseminação artificial sem custo, oferecido por empresas do setor, depois há o investimento no material (sêmen e botijão de sêmen, que gira em torno de R$ 3.000,00).
O geneticista aponta que este investimento é irrisório frente às vantagens de aplicar o método no sistema de reprodução do rebanho. “Se fôssemos trabalhar com uma monta natural, quanto custaria um touro? Não teria nem como fazer esse cálculo de quanto custa um animal de qualidade e ele nunca vai ser da qualidade superior a um produto importado de um país que tem alta tecnologia e alta qualidade genética nesta raça para o animal que será melhorado”, destaca Barbiero.
Com este investimento, o produtor tem a condição de aumentar a produção e assim lucrar mais na atividade.
Vantagens de fazer melhoramento genético em bovinos de leite
A tecnologia na bovinocultura de leite do Brasil avançou muito nos últimos anos. Essa evolução apresenta diversas vantagens aos produtores, não importa o tamanho da propriedade.
No quesito melhoramento genético em bovinos de leite, então, a tecnologia tornou-se uma grande aliada. Um dos grandes avanços foi o foco em doenças genéticas e fertilidade. “Hoje com o melhoramento genético, nós podemos diagnosticar doenças que impactam na reprodução, que causam aborto e depreciação muito grande do processo todo. Em nível de reprodução, temos condição de entender animais que são portadores de doenças genéticas, fêmeas e machos, e com isso equalizar uma forma que essa doença não se apresente durante a reprodução”, explica o geneticista Celso Barbiero.
Conheça as vantagens do melhoramento genético para a bovinocultura leiteira:
- Reprodução e fertilidade: antes mesmo da fecundação, é possível identificar doenças ou anomalias genéticas tanto no macho quanto na fêmea e impedi-las de serem transmitidas para a próxima geração. Além disso, o melhoramento genético promove a melhora da fertilidade do rebanho; é possível realizar análises de animais com alta produção e boa fertilidade para corrigir as deficiências de reprodução.
- Controle de doenças: Assim como explicou o geneticista Celso Barbiero, além de detectar doenças genéticas, o controle da mastite por meio do melhoramento genético é uma realidade. Além de ser possível constatar quais animais têm predisposição para desenvolver a doença, a combinação de genes influencia na anatomia da vaca. “Um sistema mamário bem colocado terá um menor estresse de produção e, consequentemente, menor tendência à mastite”, destaca. Outra melhoria na saúde do gado que é observada com o procedimento é a diminuição de casos de problemas de cascos no rebanho.
Sistemas de gestão e melhoramento genético
Para Celso Barbiero, o uso de sistemas de gestão no processo de melhoramento genético tem uma enorme importância por fazer uso da bioinformática, que é uma junção da ciência da computação, estatística, matemática e engenharias com o objetivo de captar, analisar e facilitar a interpretação de dados biológicos.
No caso do melhoramento genético, é a capacidade de se alocar informações genotípicas e fenotípicas em um programa de computador para nos dar resultados”, esclarece o geneticista.
Utilizar a tecnologia também é vantajoso financeiramente para o produtor. “É menos rentável e mais trabalhoso coordenar um processo de melhoramento genético de forma manual”, aponta o geneticista. Quando você tem dados e os combina, você tem resultado. Por meio deles, você identifica as necessidades, as fraquezas e mazelas do próprio processo. Quando não os tem se estima que tem e está tudo bem, e isso é perigoso para uma gestão empresarial como é a produção de leite. Então, o sistema de informação, como o Mais Leite que proporciona análise e alimentação de dados, é extremamente importante e resulta em vários casos de sucesso”, afirma Barbiero.
Para que o produtor esteja sempre por dentro das tendências de sistema de bovinocultura de leite, o Sistema Mais Leite oferece informações e todo suporte necessário para uma gestão eficiente e inteligente, tendo como objetivo o aumento da produção leiteira.
Manejos Reprodutivos
Pensando nisso, o Sistema Mais Leite oferece a aba “Manejos Reprodutivos”. Nessa seção, o produtor pode acompanhar uma gestão detalhada e simplificada das características do rebanho. A ferramenta permite acompanhar o crescimento, o peso das novilhas e bezerras e monitorar de maneira simples os estágios produtivos e reprodutivos das vacas. Além de outros dados que ajudam no processo de melhoramento genético do rebanho, como a inserção do sêmen utilizado, etc..
Com o sistema, o produtor também consegue registrar as atividades e receber alertas sobre o manejo, sanidade e gestão.
De forma completa, o software ainda permite o acompanhamento de todas as atividades desempenhadas na propriedade e emite alertas sobre atividades importantes.
Outra característica importante do Mais Leite é a flexibilidade, já que o produtor pode acessá-lo por computador ou smartphone, com funcionalidades on-line e também off-line, caso o produtor esteja sem internet.
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